Quando surgiu o balanço social
Por Myriam Marta Soares de Mello
Uma demonstração contábil que é bem recente é o desenvolvimento do Balanço Social.
As primeiras experiências começaram na década de 60 nos Estados Unidos da América e depois em países da Europa, como França, Alemanha e Inglaterra, sendo que a França foi o primeiro país do mundo a possuir uma lei sobre Balanço Social.
O Balanço Social consiste em um relatório da empresa, onde ela irá prestar contas à sociedade da sua gestão econômico-social focando em seu relacionamento com a comunidade. Evidenciando sua responsabilidade social.
O Balanço Social, desde que bem estruturado, pode evidenciar os princípios e valores da organização empresarial e caracterizar através dos dados quantitativos o cumprimento de sua Responsabilidade diante da Sociedade, seja ela interna – com seus funcionários, ou externa – com o meio em que está inserida a Organização.
As empresas que o publicam contemplam as seguintes vertentes do Balanço Social:
- Balanço Ambiental,
- Balanço de Recursos Humanos,
- Demonstração do Valor Adicionado
- Benefícios e Contribuições à Sociedade em geral
O fator que mais tem impulsionado as empresas a elaborar seus relatórios ambientais são os prêmios e os rankings divulgados por diversos órgãos. Tanto no cenário mundial quanto no Brasil.
A vertente do balanço social que recebe maior ênfase é a Evidenciação Ambiental. Nessa parte as empresas têm transparência e divulgações relativas à interação da entidade com o meio ambiente no que se refere a destinação de gastos e investimentos correlacionados aos recursos naturais, destacando:
- Investimentos e gastos com projetos ambientais;
- Quantidade de processos ambientais, administrativos e judiciais movidos contra a entidade;
- Valor das multas e das indenizações relativas à matéria ambiental, determinadas administrativa e/ou judicialmente;
- Passivos e contingências ambientais.
E por meio de notas explicativas ou relatórios da administração a empresa informa outros aspectos e diretrizes ambientais como:
- Comprometimento da empresa com o meio ambiente
- Impacto de suas operações sobre o meio ambiente;
- Medidas adotadas para reduzir ou eliminar efeitos negativos;
- Tratamento contábil dado aos gastos de natureza ambiental;
- Normas utilizadas para reconhecer as exigibilidades.
As empresas aumentaram o volume de informações ambientais principalmente para a promoção da imagem da empresa, de seus produtos ou serviços.
É nítido os excessos de marketing, mas é preciso reconhecer o fator positivo: a informação prestada tem estimulado os concorrentes a realizar ações semelhantes, o que resulta no benefício para a sociedade como um todo.
Vale destacar que a evidenciação segregada dos eventos econômico-financeiros de natureza ambiental é uma das contribuições da contabilidade ao processo de preservação e proteção ambiental.
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