Já há algum tempo venho me perguntando como seria Clark Kent em uma sessão de psicoterapia (incluindo a psicanálise). Acho que o mesmo seria um “prato cheio” para qualquer profissional de psicologia, diante de tantos conflitos internos pelos quais passa constantemente. Sua missão na Terra é, nada mais nada menos, que salvar a humanidade. Isso até seria muito fácil, diante de suas habilidades, desde que ele não tivesse que fazer escolhas e não tivesse se vinculado afetivamente a ninguém.
Dotado de super poderes, o homem de aço teria todas as condições de nos salvar, mas, por ter sido criado por seres humanos, este aprendeu a cuidar e a amar as pessoas que lhe são próximas, e também a se relacionar verdadeiramente. É notável perceber que estes sentimentos criados entrem diretamente em conflito com a sua missão, que não implicaria em escolher quem fosse salvar e nem se questionar sobre o que seria seu destino. Poderíamos dar outra direção para aquilo que nos foi planejado? Acho que é isso que ele vem tentando com veemência.
De qualquer maneira, uma mudança de posição pode mudar o afeto que se tem um pelo outro, já que este é completamente adaptável às atitudes. Isso é claramente observável no pai biológico de Kal-El, Jor-El, um kryptoniano rígido, punitivo e, na minha opinião, frustrado, porque não conseguiu realizar vários desejos enquanto era vivo e os projetou no único filho.
Enquanto seres humanos, todos nós temos nossas fraquezas. E mesmo o Superman, vindo de outro planeta, também as tem. É a famosa kryptonita verde, que o enfraquece. Sempre me questionei como uma pedra do seu próprio planeta poderia deixá-lo vulnerável. Foi quando me dei conta de que o que pode nos deixar extremamente frágeis são nossas próprias raízes. Do mesmo jeito que existem pessoas interessadas em nosso processo evolutivo, há também aquelas que só dificultam, que parecem estar sempre carregando kryptonita verde. Ainda existem os outros tipos de pedra, com suas diferentes cores. A vermelha deixa o homem de aço atrevido, ousado, se assim posso dizer. Nestas ocasiões ele parece estar dizendo realmente o que pensa. Percebo que ao longo de nossas vidas temos muito pouco contato com a kryptonita vermelha, nos escondendo constantemente de sermos um pouco mais profundos nas relações. De acordo com um site na internet, “a kryptonita vermelha, apenas (grifo meu) liberta a personalidade rebelde e perversa do herói (…)”.
A kryptonita azul, ou dourada como preferem alguns historiadores, retiram temporariamente os poderes de Clark Kent. Como ele, todos nós em algum momento acabamos por cansar da excessiva disponibilidade para com o outro e com muito aprendizado e não menos sofrido, percebemos que sim, podemos frustrá-lo. Frustrar as pessoas que nos são próximas não é desconsiderá-las, humilhá-las e nem tão pouco gostar menos delas. É ainda difícil aceitarmos que nos mostrar desprotegidos, pedindo socorro, pode nos aproximar mais intensamente dos outros, e não afastar. Como diria um grande professor que tive, “quando não dou conta de algo, sabiamente fico cego, surdo e mudo”.
Por fim, a kryptonita preta divide Superman em bom e mau, falando bem popularmente. Como considerar que alguma atitude é boa ou ruim? Ou qual lado da nossa personalidade agrada ou desagrada? Penso que cada um definirá o momento de estar diante de cada pessoa e, conseqüentemente, diante de cada um desses tipos de pedra.
Há uma tendência de se considerar escolhas pela razão como corretas e pelo coração / emoção como precipitadas. Prefiro considerar que escolhas por estas últimas que são as mais sábias e as pela razão, as que devemos questionar. É isso que Superman vem fazendo em sua jornada na Terra e acho que nós também em um certo grau.
Diante disso, o que me ocorre agora é mudar o nome do texto para “Uma sessão terrestre”.
Bruno de Morais Cury – Gestor do curso de Psicologia do Centro Universitário de Viçosa, Professor, Supervisor de estágio, Psicólogo Clínico de adultos e casais e autor de sete livros.
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