Sobre o amor
O que fazemos hoje, o modo como nos relacionamos e lidamos com o amor, muitas vezes é exatamente o contrário daquilo que queremos. Primeiro porque perdemos a capacidade de amar. Não sabemos mais reconhecer o amor quando ele aparece, tímido, escondido, por trás da outra pessoa. Presos às aparências, numa época em que a externalidade é valorizada, não perguntamos pela alma, por aquilo que se quer revelar.
Mas não só por isso! Há também muitas disputas e brigas de poder nas relações atuais. E, como já disse Carl G. Jung, onde há poder, não há amor. Isso se dá porque a última coisa que se pode fazer quando se quer mais poder do que o outro, é entregar-se. A entrega é a condição central da intimidade, do encontro, mas se estamos aprisionados na posse, entregar-se significa se render, aniquilar-se e não o desejo de compartilhar e viver. Por isso não pode haver entrega quando estamos em relações de poder.
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Armas e brigas não fazem parte do universo de Afrodite, e sim do de Ares, o deus da guerra, seu amante. É por isso que quando buscamos por Afrodite esbarramos em Ares. Sim, estou dizendo que as relações amorosas também necessitam de ajustes, que surgem por meio de discussões saudáveis, que elevam os casais. Nesses momentos, o bem-estar um do outro prevalece. Alguns de nós conseguimos transitar muito bem entre esses polos; outros, porém, ficam presos no universo do poder e da guerra, sem conseguirem escapar de Ares e ir ao encontro de Afrodite.
Buscando o controle e aprisionamento ao invés do amor, tornamo-nos personagens de histórias de horror. Desse modo, por mais que almejamos o encontro com Afrodite, nos lançamos aos braços do deus da guerra. Se olharmos atentamente a nossa volta, perceberemos casais que se relacionam assim: são incapazes de serem o espelho no qual o outro se vê em toda a sua beleza, transformando-se naquele espelho cruel, tal qual o da madrasta da Branca de Neve, que só revela o pior reflexo de si.
Há pessoas que não comunicam ao outro a beleza que nele vê, por buscar padrões comerciais de aparência socialmente valorizados. Quando reduzimos a beleza às imagens produzidas pela mídia, devolvemos ao outro o olhar da feiura, que como Medusa, transforma tudo em pedra, paralisando-o e impedindo-o de crescer. Aprisiona-se o companheiro ou companheira, que agora, como uma estátua de pedra não consegue sair do lugar, nem partir. Logo, estes não serão jamais abandonados, mas permanecerão aprisionados numa relação sem vida.
Para compreendermos melhor o papel do olhar do outro nas relações afetivas, e a força contida nesse olhar, basta lembrarmos das inúmeras vezes em que alguém nos viu de verdade, sem desviar os olhos para qualquer outro lugar. Mas a pergunta que aqui se impõe é: “Antes de buscar o olhar do outro, você tem se visto? ” Pois é exatamente este o ponto central daquilo que o amor revela.
Quando não nos vemos, nem nos conhecemos o suficiente, percebemos que somos capazes de coisas terríveis quando magoados, traídos, abandonados, desprezados ou enfurecidos pela raiva ou pelo ciúme. É nessa hora que nos falta o espelho, não aquele da madrasta má que mencionei acima, mas o espelho da capacidade simbólica de enxergar a si mesmo, de se conhecer.
Quem busca pelo amor, deveria buscar, antes de qualquer coisa, por si mesmo, pelo reconhecimento de seus defeitos, de sua sombra interior, reinventando um olhar que acolhe a beleza do outro, suas particularidades, sua liberdade, porque reconhece em si mesmo seus defeitos e potencialidades. Claro, isso requer esforço e caminho, mas é um caminho significativo. Dedique tempo ao seu autoconhecimento e estará a cada dia um pouco mais perto do amor.
*Texto escrito por: Andréa Olimpio de Oliveira – Psicóloga – Docente do curso de Psicologia da UNIVIÇOSA. Especialista em Arteterapia e Expressões Criativas, Psicossomática e Psicologia do Desenvolvimento Humano. Mestre em Psicologia pela UFJF e Doutoranda em Ciência da Religião pela UFJF.
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