Os dispositivos auxiliares de marcha (DAM), como bengalas, muletas e andadores, fazem parte de programas prevenção de quedas, principalmente idosos, visto sua capacidade de melhorar a independência funcional, a mobilidade, o equilíbrio e a base de suporte para a marcha e por reduzirem os efeitos de uma ampla gama de deficiências. Na prática clínica, vemos que a maioria das pessoas que utilizam esses DAM não foi orientada adequadamente quando ao uso dos dispositivos, muitas vezes sem uma avaliação e prescrição adequada, utilizando dispositivo em altura inapropriada para uso, danificado, ou até mesmo, inadequado à condição de saúde do indivíduo.
Os idosos são muitas vezes encorajados a comprar ou pegar emprestado um DAM sem antes receber a adequada avaliação de qual dispositivo seria melhor para o seu caso. Por isso, os profissionais de saúde envolvidos com a população idosa devem rotineiramente avaliar os DAM de seus pacientes para garantir boa altura, ajuste e manutenção, bem como orientar o uso correto do dispositivo nas atividades diárias dos indivíduos. Muitos ainda acreditam que o uso dessa tecnologia assistiva é realizado apenas em casos de algum tipo de amputação e/ou fratura/ condição ortopédica, quando na verdade vemos que idosos que têm dificuldade de se locomover também usam deste artifício, bem como indivíduos com condições neurais que comprometam a mobilidade.
Quando há indicação para o uso do DAM, este deverá ser prescrito após a avaliação de variáveis como: força muscular atual do indivíduo, resistência, equilíbrio, marcha, função cognitiva, dor e demandas ambientais. Após essa avaliação, pode-se indicar para o mesmo indivíduo dois dispositivos, um para uso domiciliar e outro para ambientes externos, tendo em vista que as condições ambientais influenciam a segurança na marcha de maneiras diferentes e, se nosso objetivo é não privar o usuário a ambientes específicos, como a clínica ou o domicílio, é preciso dispositivos que deem condição do deslocamento externo, permitindo a independência e a autonomia, com segurança, possibilitando uma interação social de forma satisfatória.
No último grupo de discussão realizado na clínica escola da UNIVIÇOSA, com a equipe de estagiários da UBS Barrinha/Cidade Nova, avaliamos os critérios para prescrição dos DAM, discutimos a melhor escolha do equipamento em diversos casos hipotéticos, os fatores físicos e ambientais importantes a serem avaliados, os tipos de marcha e deslocamentos possíveis a cada caso e a cada dispositivo, como descer e subir escadas, entre outros fatores, o que nos possibilitou visualizar de forma mais concreta como o fisioterapeuta pode atuar nos diferentes cenários em que os DAM se fazem necessários. A cadeira de rodas também foi levantada como possível DAM – embora, no geral, ela não seja considerada auxiliar de marcha pelo público leigo, percebemos sua importante contribuição como maneira de oferecer liberdade e autonomia no deslocamento dos indivíduos com mobilidade comprometida.
Temos como outros exemplos de Dispositivos auxiliares as muletas Canadenses, as axilares, os andadores (com ou sem rodas), as bengalas (de madeira, de alumínio, com quatro apoios/ quatro pontas). Cada dispositivo tem sua característica, sendo que alguns dão maior liberdade ao indivíduo e são de menor dependência, ideais para locomoções externas, enquanto outras tem seu uso limitado devido muitas vezes ao solo irregular (rua, calçadas), ou obstáculos que possam encontrar pelo caminho (por exemplo, no caso da cadeira de rodas, as rampas nem sempre são encontradas, além de difícil acessibilidade na maioria dos casos).
Vimos que não são todos os casos em que esse dispositivo se torna um companheiro para toda vida: nos casos em que o paciente tem uma melhora do seu quadro de força muscular nos MMII, ou ganho no controle do tronco, por exemplo, podemos começar a realizar o desmame, passando o usuário em questão de um dispositivo mais dependente, para um menos até que cesse a utilização (exemplo seria andador, muleta axilar/canadense, utilização de apenas uma peça, retirada do dispositivo). É importante salientar que, na maioria das vezes, quando se tem a utilização dos dispositivos, ou é de maneira bilateral (dois lados) ou, de maneira contralateral à disfunção. Toda regra tem sua exceção, então em alguns episódios ela pode ser usada do mesmo lado, por isso é importante a procura de um profissional capacitado (fisioterapeuta) para a prescrição e a escolha correta.
Por Acadêmicos Matheus Paes e Bruna Krisley, sob supervisão da preceptora Clara Fajardo
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