Por: Tamyres V Lopes Silveira
Poderia falar de quantos degraus são feitas as ruas em forma de escada, da circunferência dos arcos dos pórticos, de quais lâminas de zinco são recobertos os tetos; mas sei que seria o mesmo que não dizer nada. A cidade não é feita disso, mas das relações entre as medidas de seu espaço e os acontecimentos do passado […]
Ítalo Calvino. As Cidades Invisíveis. 1990
Evocar Ítalo Calvino é sempre pertinente quando se pretende falar sobre a cidade. O que é a cidade senão a soma das relações entre indivíduos, o resultado de uma construção social.
Pensar a nossa relação com a cidade é falar sobre um coletivo de memórias e sentimentos, é sobre pertencimento. Podemos falar de um tempo em que a cidade era palco das mais diversas atividades, desde as brincadeiras infantis e rodas de conversa na porta das casas, às festas típicas e desfiles. Estou certa de que você poderia citar algum momento nostálgico da sua infância que tenha a cidade com palco.
A modernidade, porém, alterou a nossa relação com a cidade. Você já se perguntou porque não nos sentamos mais à porta de nossas casas para conversar com o vizinho, ou porque as crianças não mais povoam as ruas com suas brincadeiras? Talvez a resposta para isso permeie seus pensamentos e você se lembre com saudosismo sobre esses tempos.
A falta de tempo em geral é a explicação mais recorrente, somada é claro a questões de segurança.
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Mas seria apenas isso? Me permita falar um pouco mais sobre essas transformações.
Segundo o antropólogo Néstor Garcia Canclini (1999), os processos de globalização criam consumidores para os mesmos bens, a valorização do desconhecido em detrimento ao local. No mundo inteiro os jovens desejam o mesmo tênis, o mesmo celular, assistem aos mesmos filmes, e a cultura global ganha espaço entre nós, substituindo gradativamente costumes e hábitos locais.
Esses processos ocorrem de forma mais intensa em grandes cidades, mas não deixam de modificar a dinâmica em pequenas cidades, como as que vivemos.
Mas afinal, como essas transformações alteram nossa relação com a cidade? À medida que deixamos de ir ao cinema para assistir filmes em casa, ou que trocamos um bate papo na praça por conversas em redes sociais, ou mesmo quando optamos por comprar um artigo pela internet no lugar de frequentar uma loja local, estamos mudando nossa relação com a cidade.
Estamos enfraquecendo nossos vínculos locais, deixando de perceber, e muitas vezes de nos importar sobre a condição das praças e calçadas, sobre os espaços destinados ao lazer, sobre nossa história. O contexto de pandemia que estamos vivendo nos fez desacelerar, nos trouxe uma oportunidade de olhar ao nosso redor. Privados do livre ir e vir, sentimos falta da cidade, falta do convívio social.
Os processos globalizantes e modernizadores são irreversíveis, mas te convido a refletir sobre esse tema. Pensar a cidade e a nossa relação com a mesma é um papel de todos nós.
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