
Texto: Juliano Regis do Carmo, Isabela de Freitas Gomes, Emily Cristina Pereira, Luana Catarina Lopes Maciel e Liz Valente
A disciplina de Plástica em Arquitetura e Urbanismo nos encontra para uma
experiência significativa, na qual a maneira como os volumes e formas são organizados e percebidos visualmente. Noções de estética, plástica, criação de formas, cores e composições passam a ser norteadores em um itinerário rico em conhecimento.
Dentro dessa experiência, Wassily Kandinsky (1866-1944), pintor da arte russa, é trazido como teórico que trata dos conceitos basais da forma e da composição. Em suas obras, a presença marcante do ponto, da linha e do plano e o abstracionismo foram iluminando a disciplina no sentido de aguçar a reflexão dos estudantes.
Kandinsky, desenvolveu uma teoria estética profunda que revolucionou a maneira como a arte era compreendida. Para ele, a arte não precisava representar o mundo visível para ser significativa, ela podia se libertar da figuração tradicional e tornar-se uma linguagem universal da alma. Para ele, uma cor não era apenas uma qualidade visual, mas uma força viva capaz de afetar diretamente o espectador. As formas, por sua vez, também tinham significados emocionais próprios. Círculos, triângulos, linhas curvas ou retas, todos esses elementos compunham uma gramática visual que, podia tocar o “ouvido interior” do espectador, como uma música que ressoa diretamente na alma. A abstração, para Kandinsky, não era uma negação da realidade, mas uma forma de alcançar uma realidade interior, aquela que se encontra além da matéria, o espírito e a essência do ser.
Dentro do estudo, a didática sugerida pela professora Liz Valente provocou os alunos a um trabalho coletivo, cujo sentido foi estabelecer uma relação de intimidade com o autor. Assim, as reflexões e a criatividade foram ganhando forma, direcionando a um trabalho final sobre o plano existente no hall de entrada do Espaço Travessia. Tudo isso foi se tornando realidade a partir do senso de abstração e criatividade dos discentes.
A obra em questão é a representação de um farol como um ponto de luz na escuridão. Tal conceito parte do início da construção do Espaço Travessia como um lugar de reflexões, busca e encontro de ideias na formação do pensamento arquitetônico. Sendo assim, o processo criativo se deu a partir da divisão de grupos onde cada um desses contribuiu com uma ideia específica no contexto da disciplina. Dentro de uma experiência coletiva a idealização da obra “O Farol” foi o coroamento de todo o trabalho.
Como as fotos demonstram, o mural foi executado por estudantes do primeiro período do curso de Arquitetura e Urbanismo de 2025, matriculados na disciplina ARQ 103 – Plástica.
“Estamos no Espaço Travessia, e toda travessia precisa de um farol” – Disse a professora Liz. Essa frase reverberou na turma e nos ajuda compreender a inspiração por traz da imagem. Elaborada.
Leitura da obra:
O farol simboliza um ponto iluminador sobre o horizonte escuro de algo que está porvir que logo será acessado a partir dessa iluminação. O mar revolto simboliza os desafios a serem enfrentados ao longo da jornada. O sol é a certeza que as noites escuras não são eternas; se o farol clareia a noite, o sol aquece e ilumina o dia. Por fim, as estrelas, essas têm como função na obra serem pequenos pontos de luz onde todos aqueles que passarem por ela poderão contribuir, criando um laço de interatividade
com ela.




