Por: Marcos Spínola Nazareth*
Uma crise econômica ocorre numa determinada economia quando esta reduz substancialmente, por um período prolongado, sua capacidade de gerar riquezas. E o que é a riqueza de uma sociedade na perspectiva econômica? A quantidade disponível para consumo da sociedade de bens e serviços produzidos pela junção criativa do estoque de capital (equipamentos, softwares, máquinas, prédios etc.) e trabalho (população economicamente ativa) usando a tecnologia conhecida e dominada (resultados de pesquisas e inovação) por aquela comunidade. Na prática, a riqueza de uma sociedade é medida pelo Produto Interno Bruto – PIB.
Assim, vale ressaltar que crises econômicas são ligeiramente diferentes das crises financeiras, porque estas últimas consistem principalmente numa crise de liquidez do sistema: redução abrupta do valor dos ativos (imóveis, ações, negócios etc.) da economia. Entretanto, é fácil imaginar e perceber que uma crise financeira persistente se torna fatalmente numa crise econômica porque, mediante o aumento do desemprego e a redução dos investimentos produtivos, atinge-se em cheio os responsáveis pela geração de riqueza numa economia: trabalho, capital e pesquisa & desenvolvimento.
Quedas aceleradas nos preços dos ativos (ações, por exemplo), como as observadas após a pandemia no início do ano passado, num primeiro momento, podem ser confundidas com uma crise econômica, mas, na verdade, como visto acima, trata-se de uma crise financeira ou, dito de outra forma, uma crise de liquidez do sistema.
Foi exatamente por isso que o Governo Federal implementou políticas prioritariamente voltadas para devolver liquidez a economia: expansão do crédito para negócios, especialmente capital de giro; programas de refinanciamento de dívidas; flexibilização dos contratos de trabalho, visando preservar o caixa das empresas e também empregos; transferências diretas à camada da população mais atingida (coronavoucher); e outras medidas, com o objetivo de evitar que uma nova crise econômica se instalasse.
Analistas econômicos de diversas matizes ainda não entraram em consenso se as políticas do governo surtiram o efeito desejado (evitar uma crise econômica) e se os agentes econômicos relevantes (investidores, empreendedores, trabalhadores e pesquisadores) reagiram ou estão reagindo positivamente. Os principais indicadores econômicos ainda não são claros o suficiente para apontar uma trajetória definitiva para a economia brasileira (especialmente o PIB) e as incertezas quanto a pandemia permanecem.
Por: Marcos Spínola Nazareth
Professor de Economia Univiçosa e Pesquisador PAEG/UFV
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