Na cidade de Viçosa, estimativas e dados revelam que estamos cada vez mais próximos ao pico da COVID-19. Entretanto, especialistas apontam que só teremos certeza que passamos do pico depois que ele passar. Enquanto isso, os cuidados devem ser redobrados.
Segundo a Prefeitura de Viçosa, a cidade vive um momento muito delicado, que revela o quanto precisamos redobrar os cuidados e zelar pela saúde de todos.
Mas o que é o pico?
O pico da curva de contágio indica o número máximo de pessoas que já tiveram contato com o vírus desde o seu surgimento. A partir deste ponto, a estimativa é de que cada vez menos pessoas estejam suscetíveis a testar positivo para a COVID-19.
Como saberemos que chegamos ao pico da curva de contágio?
O gestor do curso de Enfermagem da Univiçosa, professor e enfermeiro Leonardo Santana, explica que só é possível ter certeza que passamos pelo pico quando os casos começarem a diminuir. “Vemos os casos positivos subindo aceleradamente, até que se estabilizam – surgindo assim uma nova tendência decrescente da curva”.
Ainda, é preciso se atentar para o período em que a curva apresenta recaídas: os números devem diminuir por, pelo menos, duas semanas seguidas (que é o período de encubação do vírus em nosso organismo). Ou seja, não se trata de uma queda pontual.
Contudo, o professor também nos orienta que o período que se sucede ao pico não significa que todas as medidas preventivas adotadas até então serão extintas: “trata-se de um momento extremamente delicado que exige atenção redobrada. Caso contrário, se a quantidade de novos casos não estiver estabilizada de fato, correremos o risco de aumentar as taxas de contaminação e prejudicar todo o esforço feito até o momento”, conclui.
Fatores indicadores
Epidemiologistas e estudiosos apontam para os três fatores que indicam que chegamos ao pico do contágio, que são: número de novos casos nas últimas 24h, taxa de reprodução do vírus e número de notificações de síndrome respiratória aguda. O pico pode ser analisando levando em consideração cidades, regiões ou até mesmo a nível nacional.
Entendendo os fatores:
Número de novos casos nas últimas 24h
Todos os dias, os órgãos competentes municipais, estaduais e federais divulgam os novos casos registrados nas últimas 24 horas. Os dados não só nos mantêm informados, como também nos mostra em qual estágio da pandemia nos encontramos.
À medida que os números vão aumentando, consideramos que estamos cada vez mais perto do pico. Em contrapartida, à medida que eles vão diminuindo, consideramos que cada vez menos pessoas estão sendo vítimas. Entretanto, é importante ressaltar que o crescimento ou diminuição, se não for mantido por pelo menos duas semanas (período de incubação do vírus), não deve ser considerado determinante.
Taxa de reprodução do vírus
Também conhecida como Rt, a taxa de reprodução do vírus indica, por meio de cálculos, o quanto a pandemia está acelerando ou desacelerando. Quanto mais próximo de 1, mais perto estamos do pico. E só podemos dizer que o superamos quando o índice se mantiver abaixo de 1 pelo prazo de duas semanas ou mais.
“Só estaremos mais ‘sossegados’ e mais confiantes de que a pandemia está controlada quando estivermos abaixo de 0,5”, aponta o professor Leonardo Santana.
Número de notificações de síndrome respiratória aguda
Desde a pandemia causada pela H1N1 em 2009, os casos de síndrome respiratória aguda são notificados para que a situação tenha um controle maior. Como o vírus da COVID-19 também afeta o sistema respiratório, essas notificações se tornam fatores indicadores de como está a situação em termos de testagem positiva, fases epidemiológicas e agravamento.
O professor Leonardo conclui que o distanciamento social ainda é a melhor forma de contermos a pandemia e zelarmos o máximo que podemos pela nossa saúde. Vai chegar o momento em que passaremos pelo pico e teremos um controle maior de toda esta situação. “Enquanto isso, se cuidem muito”.