A identificação do estágio da doença em cada paciente é de suma importância para que as medidas necessárias sejam colocadas em prática.
Por: Livia Lopes Rodrigues, 9º período de Fisioterapia
A última indicação dos órgãos internacionais de saúde recomenda que todos os pacientes com pneumonia em decorrência de Covid-19 sejam tratados de forma semelhante a outros pacientes com insuficiência respiratória aguda na UTI. Na prática, isso implica, sobretudo, na intubação do paciente, de forma que este respire com a ajuda de aparelhos. Ou seja, a respiração mecânica através de respiradores. O fato é que no Brasil, seja no Sistema Único de Saúde ou clínicas particulares, não existem o número suficiente de respiradores para atender a todos os infectados.
O que os profissionais de saúde têm observado, é que a doença pode evoluir de forma diferente nos pacientes, e, em alguns casos, não há a necessidade de fazer uso da respiração mecânica, que é um procedimento bastante invasivo e danoso ao organismo do paciente.
A gravidade da infecção, a forma como o paciente reage à doença, o estado de saúde geral, histórico de doenças pré-existentes e o tempo decorrido desde o início da doença até a observação no hospital, precisam ser avaliados para determinar a necessidade ou não de intubar o paciente.
A forma mais branda da Covid-19 é chamada de tipo L, e normalmente necessita apenas de acompanhamento médico, e tratamentos não invasivos. Pacientes do tipo L podem permanecer sem alterações por um período de tempo e depois melhorar. Mas caso a doença evolua, ela passa a ser chamada de tipo H.
Pacientes do tipo H necessitam de mais cuidados por parte da equipe médica, porque seus pulmões já estão bastante comprometidos, e devem ser tratados como Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (SDRA) grave. Por isso, é importante identificar o estágio da doença em cada paciente, para que as medidas necessárias sejam colocadas em prática a tempo de salvar a vida do paciente, sem que sejam cometidos excessos ou cuidados insuficientes.
Referências bibliográficas:
- Gattinoni L. et al. COVID-19 pneumonia: different respiratory treatment for different
phenotypes? (2020) Intensive Care Medicine; DOI: 10.1007/s00134-020-06033-2 - Beloncle F et al. Accuracy of P0.1 measurements performed by ICU ventilators: a bench study. Annals of Intensive Care volume 9, Article number: 104 (2019)
- OMS – Site oficial