Por Rubia Fonseca*
O trabalho sempre fez parte da vida dos seres humanos. Foi através dele que as civilizações conseguiram se desenvolver e alcançar o nível atual. Dada a relevância social e econômica da atividade laboral para o homem, bem como a importância das pessoas para o sucesso de qualquer empreendimento, é vital que as organizações avaliem a satisfação de sua equipe com o trabalho e busquem formas de melhorá-la.
Dentre os motivos para descontentamento com o trabalho podemos citar: ausência de feedback, percepção de injustiça na remuneração, excesso de trabalho, pressão pelo alcance de resultados e dificuldade de relacionamento com as lideranças. Antes visto prioritariamente como fonte de renda, o trabalho tem hoje muito mais relação com autorrealização e felicidade, assim, as expectativa são cada vez maiores. Todavia, é preciso ter em mente que a satisfação também passa por aspectos pessoais, como personalidade, experiências anteriores, expectativas e comparação das condições e recompensas com os de outras pessoas do seu círculo social.
A satisfação com o trabalho está relacionada não só com a qualidade de vida do trabalhador, mas também com seu desempenho na empresa, podendo incorrer em prejuízos tanto para organização (aumento de absenteísmo e rotatividade, elevação dos custos de produção, queda na qualidade, impacto no clima organizacional e prejuízo à imagem da empresa no mercado) quanto para o profissional (comprometimento de sua saúde, renda e relações sociais), ou seja, a satisfação no trabalho pode ser considerada como um determinante de vitalidade da empresa e do trabalhador.
Os colaboradores tendem a trabalhar mais satisfeitos em um ambiente saudável do ponto de vista biológico, psíquico e social. Além disso, fatores como autonomia, variabilidade de tarefas e oportunidades de uso e desenvolvimento de suas habilidades corroboram para um sentimento maior de realização pelo trabalho.
Para melhorar as condições de trabalho e o clima organizacional as organizações devem cuidar para que a empresa seja um local no qual a pessoa possa colocar em prática seus talentos, em uma convivência harmônica com seus pares. Desenvolvimento de habilidades sociais, melhoria no sistema de comunicação interna e valorização de comportamentos colaborativos estão entre as ações que podem ser adotadas, além de treinamentos e alternância de funções, para melhor adequação do indivíduo às atividades, bem como programas de reconhecimento e participação na gestão.
Em momentos como esse, em que a pandemia da COVID-19 paira sobre nós, é muito importante refletir sobre o seu local de trabalho. Sobretudo, é momento também de aumentar a reflexão sobre sua saúde mental e expectativas enquanto trabalhador. Aos líderes, a reflexão é a mesma, mas com um ponto de vista voltado aos seus colaboradores. A saúde de um organização depende da saúde dos que a movem.
*Rubia Fonseca – Docente dos cursos de Administração e Ciências Contábeis da Univiçosa. Coordenadora do MBA em Gestão de Pessoas, Competências e Coaching;